terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A Troika...

É...vem aí, mais uma triste vez, o pessoal azedo da Troika. Ora bem, certeza eu só tenho uma. Vão sobrar para nós, o povo, os restos avinagrados deste esquema.

E ainda a propósito deste "não-futuro" que se prevê...fica aqui um texto do Al Berto, a encaixar bem...muito bem.

É preciso poder agarrar-se à alguma coisa...vá lá, que seja então à esta ideia utópica e poética. Por mais pseudo-otimista que eu possa parecer neste curto momento, continuo na mesma. Desiludida e meia. 

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Este Não-Futuro que a Gente ViveSerá que nos resta muito depois disto tudo, destes dias assim, deste não-futuro que a gente vive? (...) Bom, tudo seria mais fácil se eu tivesse um curso, um motorista a conduzir o meu carro, e usasse gravatas sempre. Às vezes uso, mas é diferente usar uma gravata no pescoço e usá-la na cabeça. Tudo aconteceu a partir do momento em que eu perdi a noção dos valores. Todos os valores se me gastaram, mesmo à minha frente. O dinheiro gasta-se, o corpo gasta-se. A memória. (...) Não me atrai ser banqueiro, ter dinheiro. Há pessoas diferentes. Atrai-me o outro lado da vida, o outro lado do mar, alguma coisa perfeita, um dia que tenha uma manhã com muito orvalho, restos de geada… De resto, não tenho grandes projectos. Acho que o planeta está perdido e que, provavelmente, a hipótese de António José Saraiva está certa: é melhor que isto se estrague mais um bocadinho, para ver se as pessoas têm mais tempo para olhar para os outros. 

Al Berto, in "Entrevista à revista Ler (1989)"

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