Ontem foi um dia especial. Uma manhã para guardar na memória. Para sempre.
Mamã acordada desde às 6h30. Tudo pronto.
Luz de presença acesa. Musiquinha clássica para crianças.
"Bom dia, princesa! Bom dia, luz do dia!" - abro um bocadinho as persianas e deixo entrar os primeiros raios de sol. Entre miminhos no rosto, vou anunciando um dia de alegria...
"Vamos ver os meninos? Ouvi dizer que há uma Rita desejosa de te conhecer, meu amor...e está à tua espera um escorrega!"
Nada. Nem piu. Vou tirando fotos de cada instantinho, descrevendo o que aquela manhã estava a guardar. Ela vai abrindo os olhinhos ensonados...insistindo em voltar a fechá-los, dizendo que "naauuum"...
"Desta vez não pode ser, querida. Ontem já deixei que ficasses na preguiça. Hoje é dia de brincar."
Nada. Continuávamos sem um piu. Mas eis que surge o papá, por quem a Matilde tem descoberto estar ligeiramente apaixonada. Coisas de meninas.
"Papááá!" - abrindo um sorriso largo...
E pronto, sem música, sem ensaios e sem planeamento, o papá conseguiu despertar a energia da miúda. Vestiu-lhe a roupa que com carinho separei, calçou-lhe os sapatos que com cuidado lavei. Escovou aqueles caracóis da forma que lhe ensinei e deu o leite que eu preparei.
"Pronto. Hoje é mesmo o dia de deixá-la bater asas e voar sem mim. Já começo a sentir a comichão do abandono" - pensei, ligeiramente enciumada, e ligeiramente dramática.
A menina entrou pelas portas da escolinha, avançou os seus importantes passinhos, e eu fui ao lado...até recuar. Sim, eu recuei. Escondi-me atrás do papá, para conter as lágrimas que teimavam em cair. Senti-me a mais idiota das pessoas. Não sabia se havia de abraçar a educadora, pedindo baixinho que cuidasse bem do meu tesouro, ou se optava por a odiar desde já. Sim, o desprezo por ela poderia ser a minha defesa. Arrancava logo a miúda dali, a levava para casa e continuava sem a incómoda ideia de ter uma estranha a partilhar o trabalho de educar a minha filhinha.
Mas como, para além de idiota, até sou uma mulher inteligente...liguei o modo "stand by" e decidi deixar a vida acontecer e me levar.
"Então, vamos lá. Vamos entregar à vida o que lhe pertence. E rezar para que tudo aconteça de forma serena. Para mim, e para a Matilde." -pensei de forma resoluta.
Em casa, vivi as primeiras horas desta nova aventura. Ainda atordoada, e ainda a aprender a ser mãe à distância. 2h depois, já estava pronta para a ir buscar, e sempre colada ao telemóvel. Logo eu, que pensei que iria aproveitar cada segundo para descansar e pôr em dia a minha vida. Logo eu, que sabendo ser mãe galinha, acreditava ser bem resolvida com as questões do crescimento. Logo eu...calhei de ser uma agarrada, uma viciada. Praticamente dependente deste laço.
E quando pensava ser maluca...outro dia nasceu. E com ele, mais tranquilidade, menos ansiedade, e mais normalidade. A mesma rotina aconteceu, onde habita agora ume mãe crescida. Um bocadinho mais, só um bocadinho. Porque isto de ter pressa não funciona na maternidade.
;)
Beijinhos, muitos.
"Bom dia, luz do dia!!" |
Mau humor matinal. Mas só com a mãe. |
"Tou gira, mamã. Vamos?" |
A M Veste:
T-shirt e calções: Pedro&Matilde
Colar baby: Jujux Pedras Naturais
Laço XL: Love M
Não pude conter uma lagrimita ao ler esta vossa experiência nova. Sou tão colada no Enzo. Consigo colocar-me no teu lugar e imaginar, só imaginar o que te custou...
ResponderExcluirBeijinhos
Ai que nem consigo imaginar quando for o meu D....
ResponderExcluirA tua princesa está linda!
A primeira vez custa sempre, a mim custou. Mas ela ia sempre tão feliz para a escolinha e isso sabe tão bem, é sinal que é bem tratada e isso alivia o nosso coração de mãe.
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