Quando, aos dois anos e meio, a Matilde despertou para a descoberta das actividades extra-curriculares...pediu logo para ir ao ballet. Aos 3 anos, resolvi que sim, que já era altura...e estava tão certa!
Ontem foi a primeira aula aberta da turma, e a primeira vez portanto, que vi a miúda bailando a sério. Já conhecia os seus dotes artísticos, dos espetáculos diários que dá cá em casa, e já sabia que jeitinho para a coisa não lhe falta. Há meses que todos os dias, põe a dança final do Dirty Dancing no youtube, e reproduz (passo a passo!) a coreografia.
Dança em frente à TV, na fila das compras, durante as jantaradas nos avós, na hora do banho, na altura de vestir-se...dança, dança e dança. Todos os dias, vezes sem conta, entrego-lhe o meu melhor sorriso...porque é sempre um gigante prazer ver como cresce, como é graciosa, como tem noção do seu corpo e do espaço, como tem ritmo, como encadeia os passos, como é flexível, e sobretudo, como é determinada a fazer sempre melhor. É tão engraçado e querido, perceber que já tem o seu próprio gosto e as suas vontades bem definidas. Ela não escolheu o ballet ao acaso ou só porque sim. Escolheu porque realmente adora estar ali, vestida em cor de rosa, realizando cada tarefa com muito cuidado e atenção. E na verdade, para nós pais, o que interessa mesmo é que saibam escolher por si, e que sejam infinitamente felizes nas suas jornadas.
Quando entrou na sala do ballet, já vinha cheia de orgulho! Fez a aula sem timidez, sem vergonhas e principalmente, muito contente. Radiante! Ao final da aula, recebeu um miminho dos avós, que mais uma vez encheram o coração da miúda com tanta delicadeza. E que querida que ficou com o seu primeiro ramo de flores! "Pareço uma noiva, mamã! O papá não vai acreditar..." :)
O que esta meia hora de aula me valeu? Pude ver de pertinho que a actividade que ela escolheu tem mesmo a sua cara, e que sem dúvida, ainda nos vai trazer muitos bons e bonitos momentos. Sorri uma e outra vez, e senti o coração palpável, real. Vi que ela adora o espelho, dá muitos risinhos, e é muito atenta. Tem alguma maturidade para o ballet, mesmo sendo tão pequenina. Não pude deixar de sentir uma alegria mesmo profunda, ao pensar que ela escolheu fazer aquilo que eu fiz por toda a vida. Sem dúvidas que vou estimular este gosto ao máximo, e quando der conta, um dia vou ter trocado de lugar...a menina da minha infância e adolescência, antes bailante, vai então estar na plateia enquanto mãe, e a Matilde vai estar no palco a dançar. Aposto que a minha mãe vai estar ao meu lado, revivendo lembranças e fazendo nascer novas histórias e memórias. ❤️
Que adorável!
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